Felicidade
Felicidade
O rio era longo e a margem distante,
A senhora decidiu visitar a sua família.
O barco, pequeno e a firmeza, constante,
De que tinha amor a dividir com alegria.
No caminho, encontravam-se ardilosas sereias,
Com prendas diversas para escolha de alguma.
Mas, com boas memórias a correr pelas veias,
A tranquila navegante rejeitou cada uma.
A primeira apresentou-lhe de ouro um anel,
De vários quilates e um imenso diamante.
Com um largo sorriso, ela olhou para o céu,
Apressou os seus remos e seguiu adiante.
A segunda mostrou-lhe um lindo vestido,
Adornado com pérolas, de ímpar beleza.
Não fora para isto que havia partido,
Desejava encontrar a verdadeira riqueza.
A terceira ousou apresentando-lhe um jovem,
De singular aparência, como nunca se viu.
Ao notar que tais encantos não a comovem,
A sereia se irritou e rapidamente desistiu.
Eis que emergiu uma lancha potente,
Última tentativa de convencer a mulher.
Ela olhou o seu modesto barco, contente,
Provando não ser uma pessoa qualquer.
– Às nossas oferendas, como a senhora resistiu? –
Indagou a sereia em tom de agressividade.
– Desde quando deixei a outra margem do rio,
Escolhi encontrar-me com a felicidade.
No porto seguro, o seu barquinho atracou,
Recebida pelo neto, pela nora e pelo filho,
Entre risos e lágrimas, a todos abraçou,
E foi para a casa deles, irradiando seu brilho...